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A Escada de Jacó

 

Tenho pensado na montagem da Celina. Já tinha comentado que me senti remetido ao episódio do homem pisando na lua e, por analogia, ao filme do Kubrick: Uma odisseia no espaço. Mencionei também o caráter estritamente  autoral da peça e a extrema plasticidade dos atores.

 

Conscientemente percebido, embora registrado em um ponto inacessível à verbalização, a nítida sensação de pessoas que cautelosamente penetram em caverna ainda desconhecida. É o subterrâneo, aquele lugar onde qualquer coisa pode ser, por mais incompreensível que pareça. O subterrâneo é o espaço por excelência para a manifestação dos delírios.

 

A narrativa não é, de forma alguma, linear. Ela segue a lógica dos sonhos. Episódios desconexos se concatenam. 

 

Celina trabalha seu material de forma tal que, por associação, a compreensão de suas intenções se torna inquestionável. Não se poderá falar de unanimidade de visão, mas, sim, de visões convergentes em estreita harmonia com a ideia da autora. O somatório dessas visões se aproximará da intenção dela, Celina. 

 

Ela oferece material para grandes reflexões. Gostei muito.

 

Luciano Ramos 

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